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14/07/2020 Tratamento para endometriose: o que você precisa saber

Quase todo mundo já ouviu falar sobre a endometriose, uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres. Mas nem todos sabem que, na maioria dos casos, a fertilidade pode ser restabelecida com o tratamento adequado.

A quantidade de tratamentos para a endometriose disponíveis, cada um com seus prós e contras, faz com que mesmo as mulheres que convivem com a doença apresentem dúvidas sobre qual método escolher. Com tantas opções, ter informação é fundamental.

Diagnóstico da endometriose

Antes de qualquer coisa, é necessário realizar um diagnóstico completo. Exames como o ultrassom transvaginal, a ressonância magnética e a biópsia são fundamentais para mostrar o grau da doença e as áreas afetadas, o que interfere nas possibilidades terapêuticas.

Escolha com cautela a clínica onde você realizará estes exames: equipamentos mais modernos geram imagens mais nítidas e detalhadas. Uma imagem ruim pode impedir a visualização completa do problema, comprometendo o diagnóstico.

Tratamentos para endometriose

De acordo com o doutor Alysson Zanatta, em entrevista ao blog A Endometriose e Eu, a endometriose é uma doença complexa, pois não há regra em sua manifestação. Em cada mulher ela pode se apresentar de uma maneira, por isso o tratamento é sempre personalizado.

Além dos fatores clínicos, o tratamento para a endometriose deve levar em consideração questões pessoais da paciente, como o nível de dor que ela sente e seu interesse ou não de engravidar.

É importante lembrar que a endometriose é um distúrbio do sistema reprodutor. Ela pode aparecer a qualquer momento durante a idade fértil feminina e desaparecer naturalmente após a menopausa. Os sintomas também podem não se manifestarem temporariamente durante a gravidez, já que neste período não há aumento das células endometriais.

Os tratamentos para a endometriose podem ser divididos em dois grupos: clínicos e cirúrgicos.

Tratamentos clínicos

Funcionam através de medicamentos que regulam a produção e captação hormonal, principalmente do estrogênio – responsável pelo aumento das células endometriais – e da progesterona, hormônio que equilibra e reduz o aumento dessas células.

Assim, eles limitam o aumento das células endometriais, o que impede a progressão da doença e diminui significativamente seus sintomas. Por outro lado, esses sintomas podem reaparecer com a interrupção do medicamento. Os tratamentos clínicos mais comuns são:

  • Pílulas anticoncepcionais

Compostas por progesterona e estrogênio, são muito eficazes como tratamento da endometriose. Há uma grande variedade destes medicamentos no mercado, com diferentes doses hormonais. Seu ponto negativo é que diversas pesquisas apontam uma relação entre o uso de pílulas anticoncepcionais e a incidência de trombose.

  • DIU hormonal

O DIU hormonal é um pequeno dispositivo que, ao ser inserido no útero, atua liberando levonorgestrel – hormônio análogo à progesterona. Ele reduz muito o volume e as cólicas menstruais, sendo muito eficaz no tratamento da endometriose. Além disso, é um dos métodos contraceptivos mais eficaz, ficando na frente das pílulas anticoncepcionais.

Por ser liberado direto no útero, o levonorgestrel não se espalha pela corrente sanguínea, o que torna o DIU hormonal um dos métodos clínicos que menos possuem efeitos colaterais.

  • Medicamentos à base de progesterona

Esta opção pode ser efetiva para algumas mulheres, como aquelas que só sentem dores durante o período menstrual. Os mais comuns são:

  • Uso oral: Conhecidas como minipílulas, sua utilização é bem parecida com a das pílulas anticoncepcionais, com a vantagem de não possuir estrogênio em sua composição.
  • Injetáveis: Uma forma prolongada de progesterona, que pode ser administrada mensalmente ou a cada três meses.
  • Uso tópico: Cremes à base de progesterona. A quantidade de hormônio que chega ao útero é muito baixa, o que os torna pouco eficazes.
  • Danocrine

Medicamento oral à base de danazol, um hormônio esteróide sintético que regula a produção de diversos hormônios no organismo. Possui diversos efeitos colaterais.

  • Tratamentos com GnRH

O GnRH é um hormônio que age em uma parte do cérebro chamada hipotálamo, fazendo com que ele libere hCG – o mesmo hormônio liberado na gravidez. Os dois medicamentos mais conhecidos são o Synarel e o Lupron.

  • Synarel: Um spray nasal que induz uma rápida liberação de hCG, o que desestimula a produção de estrogênio. Possui menos efeitos colaterais que o Lupron.
  • Lupron: Uma injeção intramuscular aplicada em duas doses, com um intervalo de 3 meses entre elas. O Lupron libera GnRH de forma prolongada, o que impede a ovulação e a produção de estrogênio. Com isso, a usuária entra em uma espécie de menopausa.

Alguns médicos desaconselham o uso deste medicamento por causa dos seus efeitos colaterais, que podem incluir ondas de calor, suores noturnos, mau humor, irritabilidade, náuseas, insônia, perda óssea e névoa mental. Esses efeitos demoram a desaparecer mesmo após a interrupção do tratamento.

  •  Inibidores de Enzima de Aromatase

Medicamentos que agem bloqueando a enzima aromatase, o que evita a produção de estrogênio. Alguns exemplos de medicamentos são Letrazol, Femara e Arimidex. A taxa de sucesso deles não é muito alta, e podem produzir os mesmos efeitos colaterais dos tratamentos com GnRH.

  • Medicamentos para dor

Nos casos mais leves, o avanço da endometriose pode ser controlado apenas com o uso de medicamentos para dor e a adoção de hábitos saudáveis. Esses medicamentos também podem ser utilizados em conjunto com outros métodos, quando necessário.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia para a endometriose visa retirar as lesões causadas pela doença, levando os órgãos pélvicos à sua anatomia normal. Este procedimento exige estrutura hospitalar adequada, equipamentos específicos e equipe bem treinada.

Diferente dos tratamentos clínicos, a cirurgia pode realmente curar os danos causados pela endometriose. Existe a possibilidade do reaparecimento da doença após algum tempo, mas essas chances são reduzidas quando o cirurgião obtém sucesso em retirar todas as áreas afetadas.

  • Quando a cirurgia para endometriose é indicada?

O procedimento é recomendado quando existe presença de células endometriais fora do útero, o que pode gerar sérias complicações e comprometer os órgãos afetados.

A cirurgia também pode ser realizada em pacientes que desejam engravidar, mas possuem infertilidade associada à endometriose. Geralmente é mais recomendada às mulheres que não obtiveram resultados através da fertilização in vitro, mas também pode ser realizada por pacientes que possuem desejo reprodutivo imediato. A fertilidade é restabelecida em até 70% dos casos.

  • Como funciona a cirurgia?

O procedimento pode ser realizado através da laparotomia, mas a videolaparoscopia é mais indicada por apresentar maior detalhe de imagens e, consequentemente, resultados cirúrgicos superiores.

Ambas são realizadas por meio de cortes muito pequenos, nos quais são inseridos instrumentos que permitem ao cirurgião visualizar a área afetada. O cirurgião deverá ser capaz de identificar e preservar os tecidos sadios, removendo apenas os focos da doença. Normalmente o procedimento é pouco invasivo, mas, nos casos em que as células endometriais atingem outros órgãos, a cirurgia pode ser mais complicada, sendo necessária uma equipe médica multidisciplinar.

Em casos específicos, uma histerectomia – retirada completa do útero, o que faz com que a paciente entre em menopausa – pode ser recomendada. Essa cirurgia não cura a doença quando a paciente possui focos de endometriose fora do útero, e só é recomendada em último caso.

A endometriose apresenta sintomas e consequências muito diferentes em cada mulher, por isso é importante que você esteja muito bem informada antes de escolher o tratamento mais adequado para o seu caso. Se você achou este texto relevante e quer saber ainda mais sobre a endometriose, assine nossa newsletter e receba as últimas novidades sobre saúde da mulher.

Fonte: https://www.clinicaceu.com.br/blog/

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